Studies in the Scriptures

Tabernacle Shadows

 The PhotoDrama of Creation

 

ESTUDOS

DAS

ESCRITURAS

 

SÉRIE II

 O Tempo
Está Próximo

 

ESTUDO VI

O GRANDE JUBILEU DA TERRA

 

“Os Tempos da Restauração de Todas as Coisas” Preditos por Moisés — Indicada a Data do seu Começo — Não Podem Começar antes da Vinda do Grande Restaurador — Evidência da Lei — Testemunho Corroborativo dos Profetas — Lógicas Conclusões Tiradas Destes como Separadamente e Unidamente Consideradas — Harmonia das Indicações Presentes.

           

[173] “EM VERDADE vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.” — Mat. 5:18.

É somente quando reconhecemos o caráter típico dos procedimentos de Deus para com Israel, que podemos corretamente apreciar a história maravilhosa desse povo, ou entender por que a sua história, em preferência a essa de todas as outras nações, é tão particularmente registrada pelos profetas e os escritores do Novo Testamento. Nesses procedimentos, como os escritores do Novo Testamento mostram, Deus tem dado ilustrações fortes dos seus planos, para os ambos a Igreja e o mundo. Seu serviço do Tabernáculo, tão minuciosamente prescrito na Lei divinamente dada, com suas imolações de animais e todos os seus arranjos peculiares, suas festas e dias santos, seus sábados, e todas as suas cerimônias, como tipos apontaram para diante a antítipos, muito mais amplos, altos e maiores do que aquelas sombras. E o apóstolo Paulo assegura-nos que esses antítipos serão carregados de bênçãos para o gênero humano, quando diz que a Lei prefigurou “bens futuros” e “coisas vindouras” (Heb. 10:1; 8:5; Col. 2:17); enquanto o nosso Senhor, na expressão acima, nos assevera que todos os bens e coisas prefiguradas são seguros de cumprimento.

No entanto, ao considerar tipos, deveríamos cuidadosamente evitar o erro de muita gente bem intencionada, que, quando come- [174] çam ver que nas Escrituras existem tipos significantes, correm ao extremo de considerar a cada figura e incidente na Bíblia como típicos, e assim conduzem-se ao erro por mera curiosidade e ingenuidade. Nós não edificamos sobre fundamento tão inseguro, quando examinamos as cerimônias da Lei judaica, dadas especialmente como tipos e declaradas pelos Apóstolos de serem tais. Nem podemos permitir que estes tipos passem sem a consideração devida e cuidadoso estudo das lições que eles ensinam, assim como não podemos dispor de tempo em especulação e em edificação de fé sobre mera conjetura. 

Quando o nosso Senhor disse que, de modo nenhum passará da Lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido, referiu não somente ao cumprimento das suas obrigações do pacto para todos sob esse Pacto da Lei, acabando seu poder sobre eles por satisfazer as suas demandas contra eles totalmente com a sua própria vida, mas também ele significou mais do que isto: Ele significou, além disso, que todas as bênçãos expressadas nele tipicamente também seriam seguras de cumprimento numa escala antitípica. Em todas as cerimônias judaicas, Deus não mandou fazer nenhum tipo que seria sem significado, ou passaria sem cumprimento; e a observância de todos os tipos continuava até que seu cumprimento pelo menos começou. Todos os tipos têm que repetir-se continuamente, até que seus antítipos apareçam; pois aguarda do tipo não é o cumprimento dele. O cumprimento alcança-se onde o tipo termina-se, sendo substituído pela realidade, o antítipo.

Assim, por exemplo: a matança do cordeiro pascal cumpriu-se na morte de Cristo, o “Cordeiro de Deus”, e aí começou a bênção especial sobre os primogênitos antitípicos, os crentes da Idade Evangélica. A bênção, alimentada neste tipo, não está ainda completamente cumprida, ainda que o cumprimento começou com a morte de Cristo, nosso Cordeiro Pascal. De outra maneira, toda cerimônia prescrita na Lei evidencia-se ser cheia de significância típica. E a particularidade com que a observância de todo detalhe [175] dos tipos foi obrigada através da Idade Judaica, dá ênfase às palavras do nosso Senhor acima citadas — que toda particularidade exata, todo i e til, têm de ser tão detalhadamente cumpridos como era com exatidão obrigado nas cerimônias da Lei.

Neste estudo propomos examinar esse delineamento típico da Lei Mosaica conhecido como o Jubileu, e demonstrar que ele foi planejado para prefigurar a grande Restauração, a recuperação da humanidade da queda, para realizar-se na Idade Milenária; que no seu caráter foi uma ilustração da Restauração vindoura; e que na maneira de seu cálculo fornece regulamentos de tempo que, quando compreendidos e aplicados, indicam claramente o tempo para o começo do antítipo, a “Restauração de todas as coisas”. At. 3:19-21.

Posto que o Jubileu era uma parte da Lei, e desde que a repetição não cumpre-o, e desde que o nosso Senhor declarou que o tipo não pode passar sem cumprimento; e além disso, visto que sabemos que nenhuma tal restauração de todas as coisas, como essa predita por todos “seus santos profetas, desde o princípio”, e prefigurada neste tipo, tinha já ocorrido, sabemos que tem que cumprir-se no futuro.

O Ano do Jubileu de Israel

O ano de Jubileu foi um Sábado de descanso e refrigério, assim para o povo como para a terra que Deus lhes deu. Foi o principal de uma série de sábados ou descansos.* Tinham um dia de sábado todo sétimo dia; e uma vez cada ano estes dias de Sábado típico alcançaram um clímax — a saber, um ciclo de sete destes sábados, assim marcando um período de quarenta e nove dias (7x7=49), era seguido por um dia de Jubileu, o qüinquagésimo dia (Lev. 23:15, 16), conhecido entre os judeus como Pentecostes. Era um dia de alegria e ação de graças. [176]

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*A palavra “sábado”, significa descanso.

O ano de sábado ocorreu cada sétimo ano. Durante o qual era permitido à terra descansar, e não deviam colher nem plantar. Um clímax destes anos de Sábado (descansos) efetuou-se na mesma maneira que o Pentecostes, ou qüinquagésimo sábado. Sete dos anos de sábado, abraçando um período de sete vezes sete anos, ou quarenta e nove anos (7 x 7 = 49), constituiu um ciclo de anos de sábados; e o ano seguinte, o ANO QÜINQUAGÉSIMO, FOI O ANO DO JUBILEU.

Permitam examinarmos tomando em consideração o Jubileu e marcar sua aptidão como uma ilustração do grande milênio da restauração.

Quando Israel entrou em Canaã, a terra foi dividida entre os judeus por sorte, segundo as suas tribos e famílias. O sucesso depois poderia aumentar, ou a adversidade reduzir, as suas posses individuais, seja o caso como for. Se um homem ficasse envolvido com dívida, poderia ser obrigado a vender uma parte ou ainda toda sua propriedade, e com a sua família entrar em servidão. Porém Deus fez a provisão generosa para o desventurado: Ele arranjou que tais circunstâncias adversas não continuariam para sempre, senão que todas as suas contas — créditos e dívidas — deviam ser contadas apenas até o Ano do Jubileu, quando todos haviam de ser libertados de velhas dificuldades para fazer um novo começo para o próximo período de cinqüenta anos.*

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*Um arranjo algo parecido sob um Lei de Bancarrota tem sido achado em nossos dias e na nossa terra, assim endossando o princípio então enunciado. Nem segue, que um cancelamento de dívidas cada cinqüenta anos, e a forma judaica, nos serviriam melhor do que os métodos de hoje; pois no seu caso, o tempo, as circunstâncias, etc., não eram especialmente para eles mesmos, a sua conveniência, e as circunstâncias, mas especialmente como lições e figuras proféticas relativas ao plano de Deus no seu desenvolvimento futuro.

 

Assim todo qüinquagésimo ano, a contar do tempo da sua entrada em Canaã, era para Israel um ano de Jubileu, um tempo de alegria e restauração, em que famílias separadas eram reunidas, e terrenos perdidos foram restaurados. Não é de admitir que foi chamado [177] Jubileu. Se a propriedade tinha sido vendida por dívida, devia considerar-se apenas uma dádiva de tal propriedade até o ano do Jubileu, e o preço que atrairia se vendida dependia sobre se o vindouro Jubileu estava próximo ou distante.

A história desta observância encontra-se no livro de Levítico capítulo 25. Os versículos 10 até 16 dizem assim: “E santificareis o ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus habitantes; ano de jubileu será para vós; pois tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família. ... Se venderdes alguma coisa ao vosso próximo ou a comprardes da mão do vosso próximo, não vos defraudareis uns aos outros. Conforme o número de anos desde o jubileu é que comprarás ao teu próximo, e conforme o número de anos das colheitas é que ele te venderá. Quanto mais forem os anos, tanto mais aumentarás o preço, e quanto menos forem os anos, tanto mais abaixarás o preço”.

Este arranjo previsto por Deus através do seu líder e mediador típico, Moisés, ainda que em si era um amparo abençoado, prenunciava uma bênção ainda mais grande, que Deus tinha em vista — a liberação de toda a humanidade da dívida do pecado e da sua escravidão e servidão, por meio de Cristo nosso Senhor, o grande Mediador e Libertador, quem Moisés tipificava. (Deut. 18:15) Foi assim, em tipos, que Moisés escreveu de Cristo e as bênçãos que hão de vir por meio dele (João 5:46; 1:45) — a Grande Restauração e Jubileu que hão de vir para toda a raça, agora gemendo sob o cativeiro da corrupção e do pecado.

Se a sombra trouxe alegria e regozijo ao povo típico, a substancial, a real restauração, resultará em regozijo sem limites e de fato será um grande Jubileu para todo o povo — todo o mundo, incluindo Israel, sendo tipificado por esse povo, assim como o seu [178] sacerdócio representava a Igreja, o “sacerdócio real”. Ainda se não fossemos definitivamente informados, o que seria mais razoável do que presumir que o mesmo amor infinito que providenciou o bemestar temporário de Israel, um “povo de dura cerviz” , quanto mais faria provisão para o duradouro bem-estar do mundo inteiro, o qual Deus amou de tal maneira que o remiu, sendo os homens ainda pecadores? Aqui pode ser bom notar o que mostrar-se-á mais plenamente depois, que embora num aspecto os israelitas eram típicos dos crentes da Idade Evangélica, em outro representaram a todos aqueles que, em qualquer idade, crerão a Deus e aceitarão a sua direção. E neste caráter estamos considerando-os agora. O seu pacto, selado com o sangue de bodes e touros, foi típico do Novo Pacto, selado com o precioso sangue de Cristo, sob o qual a reconciliação do mundo efetuar-se-á na idade vindoura. Seu dia da expiação e as suas ofertas pelo pecado, ainda que no tipo para esse povo, e para os seus pecados somente, tipificavam os “sacrifícios melhores” e a expiação efetiva pelos pecados “de todo o mundo”. Mas note que o Jubileu foi aplicado não ao sacerdócio de Israel (típico da Igreja Evangélica), mas aos outros somente; pois ao sacerdócio não foram dadas posses, e portanto não podiam perderem alguma nem tinham restaurado alguma. O Jubileu era para todo o povo exceto a tribo sacerdotal, e daqui tipificava, não aquelas bênçãos que hão de vir à Igreja, o “Sacerdócio Real”, porém as bênçãos da restauração — bênçãos terrestres — no tempo próprio para virem sobre todos aqueles que cheguem a ser crentes e seguidores de Deus.

O ensino deste tipo está em perfeito acordo com o que temos aprendido no nosso exame de O Plano Divino das Idades. Aponta inequivocamente aos “Tempos da Restauração de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio”. Moisés foi um dos profetas; e aqui particularmente ele nos fala da vindoura restauração ao primeiro estado e liberdade do homem, por longo tempo perdidos, vendidos sob o pecado. Pelo [179] malogro dos nossos primeiros pais tudo foi perdido: todos os direitos foram perdidos por confisco, e todos chegaram a ser escravos ao Pecado tirano, e foram incapazes de libertar-se a si mesmos. O círculo da família tem sido tristemente rompido pelo cativeiro da corrupção — a morte. Graças a Deus pelo prometido tempo da liberação! O Jubileu está próximo, e logo os cativos da Morte e escravos do Pecado voltarão ao seu primeiro estado, a humanidade perfeita, a sua primeira herança, a terra — o dom de Deus por meio de Jesus Cristo, o Mediador e Ratificador do Novo Pacto.

Enquanto no ano do Jubileu típico muitas bênçãos e liberdades restauradas sem demora instituíram-se, no entanto provavelmente a maior parte do ano foi necessária para pôr os afazeres em ordem e inteiramente estabelecer de novo a cada um em todos os seus direitos, liberdades e posses anteriores. Outrossim com o antítipo, a Idade Milenária da Restauração: abrir-se-á com reformas extensas, com o reconhecimento de direitos, e liberdades e posses por muito tempo desconsiderados; entretanto o trabalho de completamente restaurar (aos obedientes) tudo o que perdeu-se originalmente requererá toda essa idade da restauração — mil anos.

É certo que nenhum antítipo do Jubileu correspondendo aos delineamentos deste tipo já tenha ocorrido. E, no vigor da afirmação do nosso Senhor, igualmente confiamos em que o tipo não poderia passar sem cumprir-se: “É , porém, mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.” (Luc. 16:17) Não obstante, aparentemente, este delineamento da Lei tinha falhado. O fato é que, o tipo, o qual foi observado regularmente todo qüinquagésimo ano durante o tempo em que os israelitas estavam na sua própria terra, não tem sido observado desde o seu cativeiro em Babilônia. Aparentemente, portanto, este delineamento da Lei “passou” sem ainda começar um cumprimento. O que responderemos defrontando-se com esta aparente contradição da declaração do Senhor? Mas é realmente assim? Ou pode encontrar-se qualquer Antítipo do Jubileu, a partir donde a última observância do Jubileu [180] típico terminou-se? Sim, contestamos; um antítipo claramente definido teve o seu começo nesse ponto exato, e em grande escala, como os antítipos sempre são. Vemos, por cumprimento efetivo, que os ciclos, tão bem como os Anos do Jubileu em que culminaram, incluíam-se no tipo; e que o mesmo método pelo qual o Jubileu típico era indicado (pela multiplicação) devia observar-se ao calcular o tempo para do antítipo — o Grande Jubileu da Terra. Quando o último Jubileu típico tinha sido observado e tinha passado, o grande ciclo começou a contar-se, o fim do qual introduzirá o Jubileu antitípico ou Idade da Restauração.

Já temos referido ao método de contar os sábados — que a multiplicação do sábado ou sétimo dia por sete (7 x 7 = 49) indicou a Pentecostes, o Dia do Jubileu que seguia; e a multiplicação do sétimo ano por sete (7 x 7 = 49) fazia o ciclo que indicava e conduzia para o qüinquagésimo ano, ou Ano do Jubileu. E o mesmo sistema efetuado indicaria que para alcançar o grande antítipo que procuramos, devemos da mesma maneira enquadrar o Jubileu — isto é, multiplicar ao qüinquagésimo ano por cinqüenta. Em outras palavras, o ciclo antitípico, pelo método de multiplicar aqui nos ensinado, deve calcular-se por multiplicar o Jubileu típico ou qüinquagésimo ano sabático por cinqüenta, assim como ao alcançá-lo multiplicamos o sétimo ano sabático por sete. Lev. 25:2-13.

Ao seguir este método divinamente indicado de calcular, resultados maravilhosos abrem-se ante nós, que nos asseguram que temos a chave correta e estamos usando-a como intentado por Ele que formou este guarda-jóias. Cinqüenta vezes cinqüenta anos dá o longo período de dois mil e quinhentos anos (50 x 50 = 2500), como a duração desse grande ciclo, que começou a contar-se quando o último Jubileu típico de Israel terminou, e que tem de culminar-se no grande Jubileu antitípico. Sabemos que onde o tipo cessou deve de ter começado a contagem de um tal ciclo; porque,  [181] se de modo nenhum passará da Lei um só i ou um só til sem um cumprimento pelo menos começar, então o tipo do Jubileu, o que era muito mais do que um i ou til, de fato um delineamento grande e importante da Lei, não teria sido permitido passar até o tempo próprio para o seu antítipo começar. É evidente que o antítipo do Jubileu não começou de nenhuma maneira quando os israelitas cessaram de observá-lo; daqui podemos estar certos que a contagem de um grande ciclo começou nesse então. O novo, longo ciclo principiou lá, ainda que Israel e todo o mundo são ambos ignorantes do fato de que um grande ciclo tem estado em contagem, e também do grande Jubileu antitípico pelo qual terminar-se-á. Não devemos de esperar pelo grande Jubileu de Jubileus para começar depois deste ciclo, senão como o antítipo para tomar o lugar do qüinquagésimo ou último Jubileu do ciclo. Um antítipo nunca segue ao seu tipo, mas toma o seu lugar na mesma data. Por isso o ano 2500, que seria o grande qüinquagésimo Jubileu, há de ser o antítipo, o verdadeiro Jubileu ou Restauração. Mas em vez de ser um ano, como no tipo, sera mais grande. Será o começo do grande Jubileu de mil anos — o milênio do reino de Cristo na Terra. Exatamente como consta tinha estado no cumprimento de todo tipo no tempo em que foi um delineamento. Assim a efusão pentecostal do Espírito Santo veio no dia típico de Pentecostes — ou qüinquagésimo dia. Cristo, nosso sacrifício pascoal, morreu na mesma noite em que era decretado para o cordeiro típico ser matado — um dia antes ou um dia depois não corresponderia. Deste modo aqui, não o ano depois nem o ano antes do ano 2500, ou fim do ciclo típico, corresponderia; no entanto exatamente esse ano, ao começar de outubro, 1874, deve ter principiado o antítipo dos tempos da Restauração.

A observância do tipo não pode cessar até que o grande ciclo (50 x 50) começou a ser contado. O ponto importante para determinarse, então, é a data exata em que o último Jubileu típico foi observado por Israel. Com essa data definitivamente estabelecida, [182] chega a ser bem fácil contar o grande ciclo de cinqüenta vezes cinqüenta ou vinte e cinco centenas de anos, e assim determiner definitivamente a data do começo do grande Jubileu da Terra — os “Tempos da Restauração de todas as coisas”.

Não obstante, temos que buscar apenas os começos deste trabalho estupendo de restaurar a todas as coisas. Os primeiros poucos dias no Ano do Jubileu típico veriam comparativamente pouco executado; e assim devemos esperar, nos primeiros poucos anos da aurora do grande Jubileu Milenário, ver apenas um pouco realizado. O primeiro trabalho no Ano do Jubileu típico naturalmente seria uma pesquisa de direitos e posses anteriores e a determinação de faltas presentes. Ao traçar o paralelo disto, devemos esperar no antítipo exatamente o que agora vemos acontecendo por todos os lados; pois, como logo demonstrar-se-á, já temos entrado no período do grande Jubileu antitípico, e temos estado nele desde outubro de 1874 d. C. O que é que vemos acontecendo em torno de nós? Vemos investigação da parte do povo da sua original, herança dada por Deus, e suas presents necessidades, direitos, etc., muitos em ignorância e egoism pretendendo o que outros têm; e o esforço de manter tanto quanto possível da parte daqueles que têm posse — causando disputas, controvérsias, greves e dispensa de trabalhadores, com mais ou menos de justiça e injustiça em ambos lados, que finalmente serão deixados à adjudicação de Cristo, assim como as disputas sob a Lei foram decididas por Moisés, e depois da sua morte por aqueles que se assentaram na cadeira de Moisés. (Mat. 23:2) Com estas expectativas e conclusões fixas, faz com que busquemos a data que Deus evidentemente escondeu de nós neste tipo, “afim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus”, e agora estão a seu tempo para serem entendidas.

Não temos nenhum registro bíblico direto da observância por Israel dos seus Jubileus típicos que mostrariam qual fosse o ultimo observado. Marcamos a data pelo Jubileu imediatamente preceden [183] te ao cativeiro babilônico e setenta anos de desolação da sua terra, como o último, por dois motivos: Primeiro, isto não podia ter acontecido neste lado desta desolação, porque ali, certamente, o tipo cessou, “passou”; pois a terra se tornou em desolação por setenta anos e o povo em cativeiro numa terra estrangeira, um Jubileu devia ter tido devidamente algum lugar no meio destes setenta anos e devia ter passado e inobservado. Uma olhada é suficiente para mostrar que os mandamentos e provisões relatives ao Ano do Jubileu não podiam ser cumpridos por eles enquanto como uma nação estavam em cativeiro e a terra estava desolada. Daqui dizemos que o tipo passou naquele tempo, ou antes da interrupção: isto não podia acontecer ao lado dela. E sempre que a observância do tipo cessou, o ciclo do grande antítipo deve ter começado de ser contado. Uma tal falta de observar o tipo indicaria que o tipo tinha cessado e que o ciclo conduzindo ao antítipo tinha começado. Outrossim, nunca depois do cativeiro em Babilônia tinha Israel o controle da terra. Eles e a sua terra têm sido desde então sujeitos ao domínio gentio.

Segundo, em todo cativeiro antes desse, Deus evidentemente livrou-os dos seus inimigos no tempo de voltarem à sua própria terra para celebrar o Ano do Jubileu, e assim para perpetuá-lo como um tipo até o tempo certo para o grande (50 x 50) ciclo começar de ser contado. Pois os seus cativeiros prévios, ainda que freqüentes, parece que nunca duraram mais do que quarenta anos, assim permitindo-os, de acordo com o arranjo do Jubileu, livrar-se e receber de novo todo homem a sua herança em cada Ano do Jubileu. Além disso, quando em breve mostraremos que, computado desde o começo dos setenta anos de desolação sob a Babilônia, o grande ciclo termina-se com o ano 1875 d. C., sera manifesto a todos que não podia ter começado numa data prematura, antes desse cativeiro babilônico; pois se colocarmos ainda um Jubileu mais cedo, poria a terminação do ciclo cinqüenta [184] anos mais cedo de que 1875 d. C., a saber, 1825 d. C.; e seguramente nenhuma idade do Jubileu de restauração começou com esse ano.

Assim satisfeitos de que o último Jubileu típico, do qual conta-se o grande ciclo (50 x 50), não foi mais cedo, e não pôde ser depois do cativeiro em Babilônia, e daqui aquele o único Jubileu imediatamente precedente a esse cativeiro foi o último Ano do Jubileu típico, e que ao seu fim começou a contagem do grande ciclo silencioso, procedemos a achar o tempo exato desse ultimo Jubileu típico, assim:

O sistema de anos sabáticos sendo identificados com a sua terra, Canaã, e a sua herança nela, o primeiro ciclo de quarenta e nove anos, conduzindo para o primeiro Jubileu, deve de ser contado começando desde o tempo que entraram em Canaã. Esta inferência razoável faz-se positiva pelas palavras do Senhor — “Quando tiverdes entrado na terra que eu vos dou, a terra guardará um sábado [observará o sistema de sábados] ao Senhor. Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os seus frutos; mas no sétimo ano [da entrada na terra] haverá sábado de descanso solene para a terra”. Assim, então, o ciclo de sete vezes sete, ou quarenta e nove anos (7 x 7 = 49), começou a ser contado imediatamente, e o qüinquagésimo ano depois da entrada na terra de Canaã foi o primeiro Jubileu típico.*

———————

*Alguns têm sugerido que como haviam seis anos gastados em Guerra antes da repartição da terra terminar, portanto a contagem dos ciclos do Jubileu não começasse até então. Mas não, entraram na terra quando atravessaram o Jordão, e o mandamento diz: “Quando tiverdes entrado na terra”, e não: Quando tiverdes repartido a terra. Ela foi repartida pedaço por pedaço durante os seis anos, mas não ganharam posse de toda terra durante esses anos, nem durante um tempo indefinido depois — até que os inimigos fossem expulsos, o que em alguns casos nunca foi concluído. (Veja Josué 18:2, 3; 17:12, 13; 23:4, 7, 13, 15.) Daqui, se tivessem esperado a posse plena antes de começar a contar os ciclos, nunca teriam começado.

[185] Será visto, com referência à tabela da Cronologia, que 969 anos passaram entre a entrada em Canaã e os setenta anos da desolação.

Até a repartição da terra ........................................................   6 anos

Período dos Juízes .............................................................. 450   ”

Período dos Reis ................................................................  513   ”

                                                                                            ——

                    Total ............................................................... 969 anos

 

Podemos saber quantos Jubileus tinham observado os israelitas até esse tempo por dividir 969 anos por 50. Existiriam 19 qüinquagésimos em 969, mostrando esse número de Jubileus, e os restantes 19 anos mostram que seu décimo nono, que foi o ultimo dos Jubileus típicos, ocorreu apenas dezenove anos antes do começo dos setenta anos de desolação da terra enquanto estavam em cativeiro em Babilônia, e novecentos e cinqüenta anos depois da entrada em Canaã.

Lá, então, apenas dezenove anos antes dos setenta anos da desolação da sua terra, ao fim do seu último Jubileu — o décimo nono — o grande ciclo de 2500 anos (50 x 50 = 2500) começou de ser contado; e torna-se uma matéria muito simples para calcular onde terminaram-se esses 2500 anos, e por conseguinte onde as vinte e cinco centenas de anos, o começo do grande Jubileu antitípico, começaram. Assim:

Desde o último ou décimo nono Jubileu até o

começo da desolação da Terra .............................................    19 anos

Período da desolação ............................................................  70   ”

Desde a restauração de Israel por Ciro, até a

data conhecida por d. C. (Era Cristã) ..................................    536   ”

                                                                                             ——

Daqui, desde seu último Jubileu até 1 d. C. .......................       625   ”

O número de anos depois de 1 d. C., necessário

para completar o ciclo de 2500 anos .................................     1875   ”

Desde o último Jubileu observado — Total ..................          2500 anos

 

 

TABELA

CRONOLÓGICA

Veja página 184

——————

Jubileu típico, datas desde

    a entrada em Canaã:

Até a divisão da terra.....    6 anos.

Período dos Juízes ....   450   ”

Período dos Reis .......   513   ”

                                    ——

Até a desolação .........    969   ”

19 Jubileus .............=     950   ”

                                    ——

Restante .................         19 anos.

——————

Desde o último Jubileu

   até a desolação ...          19 anos.

Período da desolação

   e cativeiro de

   todos em Babilônia ...     70   ”

Desde a Restauração

   à sua terra por

   Ciro até 1 d. C. .......     536   ”

Desde o ano 1 d. C.

   até 1875 d. C.(tempo

   judaico começado

   em outubro,

   1874)......................     1874   ”

                                       ——

                                       2499 anos.

———————

   Assim, o ano que começou em outubro, 1874, foi o ano 2500, mas desde que o antítipo é mais grande que o tipo — 1000 anos em vez de um ano 1875 (começando em outubro, 1874), em vez de ser um ano de Jubileu, foi o primeiro dos 1000 anos de Jubileu.

 

[187] Assim constatamos que as vinte e cinco centenas de anos começaram com o princípio do ano 1875 d. C. — o que no tempo civil judaico, pelo qual isto é contado (Lev. 25:9), começou ao redor de outubro, 1874. Assim, então, se o grande Jubileu foi para ser apenas um ano, tal como o seu tipo, teria começado em outubro, 1874 d. C., no fim de 2499 anos, e teria terminado em outubro, 1875 d. C. Mas este não é o tipo, todavia a realidade: não foi um Ano de Jubileu, senão os antitípicos Mil anos da Restauração de todas as coisas, que principiaram em outubro, 1874 d. C.

Assim vemos que não somente prefigurou o Jubileu de Israel claramente e forçosamente aos grandes “TEMPOS DA RESTAURAÇÃO DE TODAS AS COISAS das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio”, senão também que a maneira de seu cálculo exatamente tão claramente indica a data do começo do Grande Jubileu da Terra. Se falhamos a aceitar estas conclusões, não vemos outra alternativa que este tipo passasse sem cumprir-se, apesar das muitas afirmações positivas do nosso Senhor de que isto não poderia acontecer — de que seria mais fácil para o céu e a terra passarem do que passarem da Lei um só i ou um só til, sem alcançar o cumprimento. (Mat. 5:18) Aceitamos os fatos assim divinamente indicados, ainda que sejam tão assombrosas as conclusões que razoavelmente temos que tirar dos mesmos.

Mas são as razoáveis conclusões destes ensinos da Bíblia? Consideremos o que tem que resultar, desde o ponto de vista da razão, e então vejamos se algumas outras escrituras de modo idêntico autorizam ou contradizem essas conclusões. Primeiro, inferimos que quando os “Tempos da Restauração” estão a seu tempo para começarem, também está a seu tempo a presença do GRANDE RESTAURADOR. Esta seria uma inferência muito razoável, mas atinge a muito mais do que a inferência quando está endossada pela inspirada declaração positiva do Apóstolo, de sorte que “venham os tempos [determinados] de refrigério, da [188] presença* do Senhor [Jeová], e envie ele o Cristo, que já dantes vos foi indicado, Jesus, ao qual convém que o céu receba até OS TEMPOS DA RESTAURAÇÃO DE TODAS AS COISAS, das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio”. At. 3:19-21.

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*A palavra aqui traduzida presença não é parousia, mas prosopon; e apo prosopon, traduzida presença, não significa como resultado da presença, senão mais propriamente fora da face de. O pensamento é comum para nós, e era muito mais comum há muito tempo em países orientais. Mostrar o rosto era um sinal de favor, enquanto dar as costas era um sinal de desfavor. Assim do nosso Senhor no seu advento foi escrito: “como um de quem os homens escondiam o rosto”, isto é, estavam envergonhados dele e não o reconheciam. Da mesma maneira, também, de Jeová diz: “não podes ver o mal”, e ele escondeu o rosto dos pecadores. Agora, no entanto, desde que o resgate tem sido dado, Jeová aguarda para ser benevolente até o tempo determinado. Então já não desatenderá os homens, e já não tratá-los-á como pecadores, dando as costas para eles, senão que enviá-los-á refrigério da sua Face, o seu favor, e enviará a Jesus, o seu agente na restauração de todas as coisas. Nós temos o mesmo pensamento nos nossos hinos; Mostras teu reconciliado rosto; e faça resplandecer o seu rosto e tudo estará luminoso.

 

Na intensidade desta declaração exclusiva, temos clara evidência do fato de que o segundo advento do nosso Senhor estava no devido tempo quando os Tempos da Restauração estavam no devido tempo para começar, a saber, em outubro, 1874 d. C., assim como marcado pelo arranjo do Jubileu. Parece evidente, de fato, que o Jubileu, como todas as outras coisas dessa dispensação, foram arranjados “para aviso nosso, [instrução nossa] para quem já são chegados os fins dos séculos”. (I Coríntios 10:11) Uma coisa parece clara — se não nos fazem proveito, até aqui eles tem estado quase sem proveito; pois as Escrituras nos informam que os judeus nunca observaram o tipo plenamente e propriamente, ainda durante os primeiros dezenove Jubileus. (Lev. 26:35) Sem dúvida eles acharam quase impossível de reprimir o seu amor pela riqueza. Isto, como todas as profecias e todos os tipos, sem dúvida foi arranjado para difundir luz quando e aonde necessário na vereda dos justos — para guiar os “pés” do corpo de Cristo. [189]

Agora voltamos a atenção a isto, que foi demonstrado no estudo precedente concernente à maneira da volta e do aparecimento do nosso Senhor, afim de que não tropecemos por causa de idéias errôneas nesse ponto. Lembre-se que “como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda [grego: parousia — presença] do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, ... não o perceberam, ... assim será também a vinda [parousia — presença] do Filho do homem”. (Mat. 24:37-39) Lembremos, também, o que já temos colhido do ensino inspirado — que apenas esses que estão fielmente vigiando a firme palavra profética, e amando e aguardando a sua aparição, estarão aptos para discernir a sua presença, antes que seja manifestada ao mundo “em chama de fogo e tomar vingança” — no grande tempo de tribulação. O fato, então, que a sua presença não está conhecida nem geralmente reconhecida pelo mundo, nem ainda entre cristãos, não é argumento contra esta verdade. O mundo não tem nenhuma fé na profecia, e por suposto não pode ver algo à sua luz. E cristãos mornos (e tais são a grande maioria) não estão prestando nenhuma atenção à “firme palavra profética”; e muitos que professam estar vigiando, estão lendo as profecias por meio dos óculos coloridos de velhos e por muito tempo afagados erros, e com os seus olhos miseravelmente vesgos pelo preconceito. Todos os tais devem de ir ao Grande Médico em busca de “colírio” ou de humildade (Apoc. 3:18), e para sempre rejeitar os óculos coloridos das tradições dos homens, e todas as próprias teorias deles e as dos outros que não harmonizam com todo testemunho da Palavra de Deus.

No entanto nem a ignorância e incredulidade do mundo, nem a morna indiferença e preconceito da grande maioria dos cristãos professos devem tornar-se pedras de tropeço para os eleitos de Deus — para aqueles que em simples fé como a fé de uma criança aceitam o testemunho da sua santa Palavra. Tais não podem tropeçar; nem é possível que eles sejam enganados. Pela sua fé e a direção de Deus tais vencerão tudo. Não temais, preciosas Jóias [190] da escolha do próprio Senhor: exultai e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção — o vosso enaltecimento e glória, se aproxima. Luc. 21:28; 12:32.

Outra expectativa razoável, se os Tempos da Restauração verdadeiramente começaram com outubro, 1874 d. C., e se a segunda presença do nosso Senhor estava então a seu tempo, seria que a classe dos vigilantes deveria ver algumas indicações distinguíveis do que as Escrituras explicam ser a primeira obra da sua presença, a saber, o recolhimento do fruto da Idade Evangélica, o ajuntamento dos seus escolhidos (em associação mental e comunhão espiritual), e pelo menos alguns passos preparatórios para o estabelecimento do Reino de Cristo. Algumas destas evidências já temos aludido sumariamente; porém há tanto para observar-se neste ponto, que temos de deixar a consideração para um estudo subseqüente. A ceifa da Igreja está de fato em progresso; o trigo está sendo separado do joio; e os afazeres no mundo estão rapidamente tomando forma, fazendo preparativos para o estabelecimento permanente do Reino do Redentor. Os sinais preditos, na maneira exata e ordem da sua predição, são feitos claramente manifestos a esses que estão vigiando; mas a isto deixamos por agora porque desejamos primeiro trazer à vista outros testemunhos proféticos. Basta dizer aqui que a foice na “ceifa” desta idade, como na “ceifa” judaica, é a verdade; e que os “ceifeiros” que usam a foice agora são os discípulos ou seguidores do Senhor, ainda que muitos deles agora, como naquele tempo, compreendem apenas levemente a magnitude da obra em que eles estão ocupados.

Evidências Proféticas Confirmativas

Embora a evidência precedente é forte e clara tal como encontrase, agora apresentamos testemunho profético que demonstra que começamos contando o Grande Ciclo (50 x 50) do ponto certo. O [191] nosso Pai celestial conhecia o tremor com que a nossa fé compreendia estas preciosas e grandíssimas promessas, e portanto tem duplicado já a corda forte da evidência, fornecida na Lei, por testemunho adicional por meio do profeta. E o nosso amado Redentor e Senhor, que nos dá esta corda, e cuja presença este testemunho nos aponta, enquanto vem a nós na nascente aurora do Dia Milenário, parece dizer, como uma vez disse a Pedro (Mat. 14:25-32): “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” Aprendei que eu sou um ser espiritual, já não visível à vista humana. Assim me revelo pela lâmpada da Palavra aos olhos do vosso discernimento, para que quando nos dias vindouros andarei sobre o mar tempestuoso do transtorno sem paralelo do mundo, não temais, mas “tende bom ânimo”, lembrando que sou eu.

Esta corroboração profética realmente maravilhosa, que agora prosseguimos a considerar, ficou escondida na sua própria simplicidade até que a apreciação e aplicação do Jubileu como tipo, como o acima mencionado, dá-lhe significância.

Os setenta anos, geralmente referidos como os setenta anos do cativeiro em Babilônia, denomina-se nas Escrituras os setenta anos da desolação da terra. Deus tinha predito esta desolação por meio do profeta Jeremias, assim: “E toda esta terra virá a ser uma desolação e ... servirão ao rei de Babilônia setenta anos.” (Jer. 25:11) “Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar.” (Jer. 29:10) Em 2 Crôn. 36:17-21 o cumprimento desta profecia está registrado; e o motivo pelo qual foram exatamente setenta anos, e por que a terra foi completamente desolada, esta dito assim: “fez vir sobre eles o rei dos caldeus [Nabucodonosor, rei da Babilônia] ... E aos que escaparam da espada, a esses levou para Babilônia; e se tornaram servos dele e de seus filhos, até o tempo do reino da [192] Pérsia para se cumprir a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, até haver a terra gozado dos seus sábados; pois POR TODOS OS DIAS DA DESOLAÇÃO REPOUSOU, até que os setenta anos se cumpriram”.

Disto vemos que Israel tinha faltado de guardar propriamente os anos sabáticos, dos quais os Jubileus eram os mais importantes. Certamente foi uma prova severa de obediência ao Rei celestial, para um povo tão notavelmente cobiçoso, ser mandado deixar a terra repousar, e restaurar aos anteriores proprietários de terras adquiridas e possuídas durante anos, e restaurar aos servos a sua liberdade — especialmente quando a obediência era apenas determinada por ordem, e não sumariamente forçada por compulsão. Deus tinha avisado-lhes antecipadamente, por meio de Moisés, de que se eles seriam desobedientes às leis, as quais como uma nação eles tinham comprometido-se, ele os castigaria por isso. No mesmo capítulo em que avisa-os do castigo de sete vezes sob domínio gentio, informa-lhes, também, que se eles negligenciariam os anos sabáticos, puni-los-ia por isso desolando sua terra. (E, como uma matéria do fato, a desolação de setenta anos foi também o começo dos sete Tempos dos Gentios, como já mostrado.) A ameaça do Senhor diz assim: “Então a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; ... pelos dias que [porque — AL, SBB] não descansou nos vossos sábados, quando nela habitáveis.” Lev. 26:34, 35, 43.

Deus permitiu por tempo certo a sua tíbia e obediência incompleta, mas por fim tirou-os inteiramente da terra, fazendo-a desolada, sem habitantes, e deu-lhe o número total de seus Anos de Jubileus — não somente pelos que tinham observado imperfeitamente, mas também pelo futuro número inteiro que decorreria, de acordo com o seu arranjo, antes que o Jubileu antitípico, a Restauração ou Idade Milenária, estaria a seu tempo. [193]

E desde que o número inteiro de Jubileus típicos, designados para anteceder ao antitípico, é assim demonstrado ser sete, se nos fornece assim outra forma de calcular quando o antítipo deve começar. O cálculo desta declaração profética do número inteiro de Jubileus é simples e fácil; e, como devíamos esperar, os seus resultados concordam exatamente com esses já obtidos pelo método de contagem fornecida pela Lei.

Sendo o número inteiro setenta, e tendo sido observado dezenove destes numa maneira tíbia por Israel antes da desolação, segue que os restantes cinqüenta e um (70-19 = 51) marcam o período do último Jubileu que Israel observou imperfeitamente, ainda até o grande antítipo. No entanto aqui note uma diferença na maneira do cálculo. Sob o cálculo segundo a Lei, contamos tanto os futures como os passados ciclos de quarenta e nove anos com o qüinquagésimo ou Ano do Jubileu incluído; pois a Lei mostra as coisas como teriam sido, se Israel tivesse cumprido-as propriamente. Embora a profecia registra as coisas tal como atualmente acontecerão. Lembramos que agora estamos examinando a declaração profética, e daqui devemos agora contar estes ciclos tal como eles têm ocorrido — ciclos de quarenta e nove anos, sem Jubileus; pois Israel não observou nenhum Jubileu depois do seu décimo nono. Os primeiros dezenove ciclos tiveram Anos de Jubileu, entretanto os cinqüenta e um depois não têm tido nenhum. Portanto temos de contar cinqüenta e um ciclos de quarenta e nove anos cada um, ou 2499 anos (49 x 51 = 2499), desde o último Jubileu típico observado por Israel até o antítipo. Este cálculo, ainda que inteiramente distinto do outro, termina exatamente como mostrado pelo método de contagem da Lei previamente examinado — outubro, 1874 d. C.

Permitam declararmos esta última prova em outra forma, para o benefício de alguns, assim: O número completo de ciclos do Jubileu que Deus tinha ordenado era setenta, como mostrado pelas [194] claras declarações relativas ao motivo dos setenta anos de desolação da sua terra. Isto devia incluir esses que Israel tinha observado numa maneira insatisfatória, que temos visto que foram dezenove, assim como todos os ciclos a seguirem, até o antítipo. Agora contaremos todos estes desde o seu começo da entrada em Canaã, e veremos onde terminam.

19 Ciclos com Jubileus (50 anos cada um) =                                950 anos

51 Ciclos sem Jubileus (49 anos cada um) =                               2499   ”

—                                                                                            ———

70 Ciclos, portanto, abrangem um período de                             3449   ”

      Este período de 3449 anos, calculado a partir da entrada em

Canaã, termina-se como o prévio, outubro, 1874 d. C., assim:

Desde a entrada em Canaã até a divisão da terra ...................            6 anos

Período dos Juízes até Saul, o rei ......................................          450   ”

Período dos reis .................................................................        513   ”

Período da desolação .........................................................          70   ”

Desde a restauração até d. C. ............................................          536   ”

——

Número total de anos da data conhecida como d. C. .......           1575   ”

 

      Anos  depois  de  d.  C.  para  completer  o

period   acima   de   3449  anos, são 1874  anos

completos,  que  terminariam  (o tempo judaico)

outubro .............................................................................        1874   ”

      O  período  dos  70  ciclos, como mostrado

acima,   desde   o  começo  do  sistema de Jubi-

leus,  da   entrada   em   Canaã,  até  o   antítipo,

o  Grande  Jubileu,  ou Tempos da Restauração,                          ——

começa em outubro de 1874 d. C. ..................................            3449 anos

 

TABELA

CRONOLÓGICA

Veja página 194

——————

Desde a entrada em Canaã:

Até a divisão da terra ....      6 anos.

Período dos Juízes .....    450    ”

Período dos Reis .......     513    ”

                                       ——

Até a desolação ........       969 anos.

19 Jubileus ..............     = 950    ”

                                       ——

         Resto ..............         19 anos.

 

Assim seu último Jubileu foi observado 19 anos antes da Desolação.

———————

Período desde o último Jubileu


Antes da “Desolação”.

   como acima .............       19 anos.

Desolação ....................      70    ”

Desde a Restauração

   por Ciro até

   1 d. C. ...................        536    ”

Desde o ano 1 d. C.

   até 10 de outubro,

   1874 d. C.

   (o fim do ano —

tempo judaico) ......          1874    ”

                                        ——

                                        2499 anos.

———————

    51 ciclos (sem Jubileus) como atualmente ocorreram e foram mencionados na profecia, 49 anos cada = 2499 anos. Ou, a soma dos anos desde a entrada em Canaã até outubro, 1874 = 3449 anos.

    O período de 19 ciclos e Jubileus (950 anos e 51 ciclos Outubro, 1874 d. C., data do começo do (2499 anos) = 3449 anos.

 

A conclusão lógica, se estas matérias são aceitadas como de arranjo divino, é facilmente tirada. E se não são divinamente arranjadas, de onde vieram? Nós não as pusemos dentro da Palavra inspirada: apenas as encontramos em toda a sua simplicidade e beleza, e, como todo o outro precioso e rico alimento do armazém, [196] que o nosso Senhor agora está servindo-nos segundo a sua promessa (Luc. 12:37), isto é “alimento sólido” nutritivo — não especialmente intentado para “criancinhas em Cristo”, senão para esses mais desenvolvidos, “os quais têm ... as faculdades exercitadas” (Heb. 5:14) para discernir e apreciar o sustento agora “a tempo”. Se estas matérias não são de arranjo divino e intentadas para a nossa instrução, como e por quê vêm as duplas comprovações emparelhando e corroborando uma com a outra tão perfeitamente? Para convencer-se a si mesmo do seu arranjo divino, notemos que em nenhum outro lugar e modo podem estes setenta anos de sábados em desolação harmonizar-se com o ciclo (50 x 50) do Grande Jubileu. Tente. Ponha a prova. Suponhamos que havia um erro, ou uma mudança de um dos dezenove Jubileus observados por Israel: Suponhamos (um menos) ou vinte (um mais) tinham decorridos antes dos setenta anos da desolação começarem. Calcule, e verás que estas duas linhas de evidência, que tão perfeitamente unem-se no testemunho que 1875 (começando em outubro, 1874 d. C.) é a data do começo dos Tempos da Restauração, e a data, portanto, da qual podemos saber que o céu já não retém o nosso Senhor, o grande Restaurador, não podem ser unidas em outra parte, sem fazer violência a si próprias, à cronologia, e a outras profecias ainda para serem examinadas.

Se estas profecias de tempo ensinam alguma coisa, é que o Grande Jubileu, os Tempos da Restauração de todas as coisas, tem começado, e que já estamos tanto na aurora da Idade Milenária, como na “ceifa” da Idade Evangélica — quais idades se sobrepõem uma a outra, durante quarenta anos — o “dia da ira”. Já estamos quatorze anos neste dia da ira de quarenta anos;* e as preparações para o conflito estão progredindo rapidamente. Os vindouros vinte e seis anos, conforme a força viva atual, seriam suficientes “para que se cumpram todas as coisas que foram escritas”.

—————————

*Nota dos Tradutores: Veja o Prefácio do Autor (1916) p. III, IV

[197] 

Que nenhum leitor conclua precipitadamente que não existem evidências da Restauração em redor de nós, nem que o Sol da Justiça não está já dourando as torres de vigia de Sião iluminando o mundo. Ao contrário, que medite que já estamos no dia em que as coisas ocultas estão sendo manifestadas. E que lembre-se que a primeira obra da Restauração é propriamente uma dissolução da velha e decadente estrutura que está situada no lugar que a nova há de ocupar. Lembre-se que muitas vezes o primeiro trabalho do médico cuidadoso é de abrir as feridas, e limpar e amputar de acordo com as necessidades do paciente, afim de fazer trabalho completo de cura. É manifesto que tal serviço causa sofrimento e raramente é apreciado pelo paciente durante esse tempo; e assim é com o trabalho do grande Médico, o Restaurador, o Doador de vida. Ele fere para curar; e o transtorno e a peneiração na Igreja e no mundo são apenas a lancetada e limpeza necessários, e uma parte muito importante da obra de Restauração.

 No tipo, a Trombeta do Jubileu devia soar ao começar o Ano do Jubileu, para apregoar liberdade na terra a todos os seus habitantes. (Lev. 25:10) O antítipo é introduzido pelo som da (simbólica) “Sétima Trombeta”, a “Trombeta de Deus”, a “Última Trombeta”. É de fato a grande trombeta: anuncia liberdade para todo cativo; e enquanto no princípio significa a rendição de muitos expirados privilégios e pretensões, e um tempo geral de distúrbio e transtorno de costumes, hábitos, etc., a sua importância plena, quando acertadamente apreciada, é “novas de grande alegria que o será para todo o povo”.

Na primitiva comoção, cada um que ouve a Trombeta do Jubileu da nova dispensação fica forçosamente perplexo por algum dos seus muitos delineamentos e não presta atenção a outro. Um vê a adequação de, e clama por reformas governamentais, abolição de exércitos efetivos e de seus impostos muito pesados. Outro [198] clama por abolição da aristocracia, e o reconhecimento de cada homem pelas suas qualidades individuais. Outros clamam por anulação de propriedade, e exigem que a posse de terras seja como no princípio, conforme à necessidade, e habilidade e disposição para usá-las. Outros clamam por reforma da temperança, e por proibitório e outras leis, por Ordem e Leis Sociais, procuram encadear a este grande mal, e começam a restringir os homens que pelo amor ao dinheiro enganariam, escravizariam e destruiriam os seus próximos, e que, fixando suas presas nas fraquezas destes, engordariam-se e viveriam com luxo por meio de seu sangue. Outros formam Sociedades Humanitárias e de Anti-crueldade, para impedirem aqueles que têm a habilidade de prejudicar os débeis e dependentes. Outros formam sociedades para a supressão de vícios e de literatura desmoralizante. Outros formam Sociedades Antiadulterações para investigar as adulterações de alimentos, e para expor e instaurar processos e punir aqueles que por amor ao maior ganho adulterem os alimentos e ainda os fazem prejudiciais à saúde. Leis são decretadas para a proteção da vida e saúde do povo. Mineiros têm que ter ar puro, não importa quanto seja o custo; têm que ter duas vias de saída em caso de fogo. Operários, impotents para ajudar-se a si mesmos ou para escolher os seus lugares de trabalho, estão cuidados pelas leis públicas. Já não podem ser pagos só quando o empregador agradar-se, com vale para armazém, mas agora a lei exige que o dia de pagamento tem de ser pelo menos cada duas semanas e em dinheiro. Já não podem ser abarrotados em edifícios onde em caso de fogo estariam em perigo de queimar-se até a morte ou de mutilar-se durante a vida por pular para baixo; pois “escadas de incêndio” são compulsórias. E por qualquer morte ou prejuízo determinável ao descuido da parte do empregador, ele é responsável, é punido, com multas, indenizações ou prisão. Corporações ricas, tais quais possuem trens e navios, são obrigadas de cuidar da segurança dos passageiros, tanto dos pobres como dos ricos. Estas reformas são os resultados do desper [199] tamento do povo pela Trombeta do Jubileu de ciência e liberdade, e não originaram-se de benevolência pura da parte da classe mais favorecida. Pois ainda que todos os da classe favorecida ou rica que são benevolentes, e tais quais amam a justiça, podem regozijar-se — e de fato regozijam-se — nestes começos de reforma, outros, e a maioria, com pesar cedem de necessidade. Verdade é, tais leis e arranjos ainda não estão aperfeiçoados, nem são universais, no entanto os começos notados alegram os nossos corações, e dão evidência do que pode esperar-se na exaltação dos humildes e pequenos, e a humilhação dos orgulhosos, quando os regulamentos do Jubileu estarão plenamente em operação. Todas estas coisas são partes da comoção das reformas introduzindo o Grande Jubileu da Terra. E ainda que muito tem sido demandado, e muito tem sido gradualmente concedido, todavia reis e imperadores, e rainhas — não submetem-se ao grande processo de nivelamento deste Jubileu ou Idade da Restauração sem uma luta grande e severa, tal qual as Escrituras indicam que está às portas diante de nós, e qual, ainda que severa, é inevitável, e finalmente porá em prática o bem.

O espírito de “liberdade na terra a todos” de fato é adiantado às vezes até um grau excessivo pelos ignorantes e os temerários; e todavia é tudo parte do grande excitamento inevitável do Jubileu, ocasionado pela ignorância e opressão do passado. Ninguém somente o “pequeno rebanho” do Senhor está plenamente e corretamente informado quanto à grande extensão da Restauração. Estes vêem as mudanças menores, os arranjos dos afazeres menores dos homens, mas também vêem o que não se vê desde outro ponto de vista do que da Palavra de Deus — que o grande escravocrata, Pecado, há de ser tosquiado do seu poder, que a grande prisão da Morte há de abrir-se e uma soltura será apresentada a cada prisioneiro, assinada com precioso sangue do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, o grande Redentor e Restaurador. Novas de grande alegria de fato o será para todo o povo, não somente para os vivos, mas também para todos os que estão nos sepulcros. [200] Antes do fim deste grande Jubileu todo ser humano pode ser posto em liberdade inteiramente — pode voltar ao primeiro estado do homem, “muito bom”, recebendo de volta por meio de Cristo tudo o que foi perdido em Adão. 

A Sétima Trombeta

 

A trombeta soei
Solene, doce som;
Para todas nações,
Em toda terra já:
Veio ano do Jubileu,
Fará os remidos voltar,

Provendo-lhes lar e vida.

 

Vendidos sem valor,

Perdido tudo foi,
Podereis receber,

Comprado por Jesus.

Veio ano do Jubileu,

Fará os remidos voltar,

Provendo-lhes lar e vida.

 

Sacerdote Maior,

Jesus, nos redimiu;

Cansados descansais;

Tristezas quitará:

Veio ano do Jubileu,
Fará os remidos voltar,
Provendo-lhes lar e vida.

 

Sétima trombeta já,
Do céu as novas dá;
Salvação perto está;
Busquei o Salvador:
Veio ano do Jubileu,
Fará os remidos voltar,
Provendo-lhes lar e vida.

O cordeiro Louvai,

Ele todos remiu;

Remiu com sangue Seu.

A todos proclamai:

Veio ano do Jubileu,

Fará os remidos voltar,

Provendo-lhes lar e vida.

 

 

 

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